O desmatamento da Amazônia em agosto e setembro aumentou 122% em relação aos mesmos dois meses de 2013, segundo dados do sistema DETER. (FOTO: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO/ESTADÃO CONTEÚDO) | ALBERTO CÉSAR ARAÚJO/ESTADÃO CONTEÚDO
O desmatamento da Amazônia em agosto e setembro aumentou 122% em relação aos mesmos dois meses de 2013. A informação deve ser divulgada na tarde desta sexta-feira (7) no Ibama, em Brasília, mas foi adiantada pela Folha de S. Paulo.
Em agosto, foram desmatados 890,2 quilômetros quadrados, 208% mais do que os 288,6 quilômetros quadrados do mesmo mês de 2013.
Já em setembro, o desmatamento foi de 736 quilômetros quadrados, 66% mais do que em setembro do ano passado.
As informações sobre o desmatamento foram levantadas pelo sistema DETER (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real), um levantamento rápido feito mensalmente pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)desde maio de 2004 com dados de sensores de satélites. O DETER foi desenvolvido como um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle de desmatamento.
Os relatórios do sistema DETER costumam ser divulgados mensalmente de maio a outubro, quando há menos nuvens para dificultar o registro de imagens por satélites. Mas, neste ano, a regra foi quebrada nos dois meses anteriores à votação.
Segundo a Folha, o INPE já conhecia os dados desde 14 de outubro, mas o governo federal não os divulgou com receio de que pudessem influenciar o resultado do segundo turno da eleição.
Além do DETER, que monitora o desmatamento em tempo real, o Inpe opera o sistema DEGRAD, que mapeia áreas expostas à degradação florestal, e o sistema PRODES, que tem resolução maior e fornece ao governo as taxas anuais oficiais de desmatamento na Amazônia Legal.
Segundo os dados do PRODES, entre agosto de 2012 e julho de 2013, foram devastados 5.891 km²: 29% a mais que no período anterior de 12 meses. Os dados de 2012-2013 devem ser divulgados entre novembro e dezembro.
Já o DEGRAD detectou que a área degradada caiu de 8,6 mil km², em 2012, para 5,4 mil km² em 2013.
Após ser acusado de ter segurado as informações por motivos eleitorais, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Volney Zanardi, negou que as informações tenham sido represadas. “Os dados de desmatamento são comunicados normalmente no final de novembro”, disse Zanardi à Veja.